
Mel
O mel é um produto elaborado pelas abelhas a partir do néctar colhido nas flores. Basicamente, o mel é constituído de água, frutose, glicose, sacarose, maltose e outros dissacarídeos, sais minerais, vitaminas, enzimas, hormônios, proteínas, ácidos, aminoácidos e fermento. O mel é um dos poucos alimentos de ação antibactericida e de fácil digestão.
Na colmeia é utilizado como alimento e também no tratamento das infeções nas vias respiratórias.
Entende-se por mel o produto alimentício produzido pelas abelhas melíferas a partir do néctar das flores e de secreções de partes vivas de certas plantas ou de secreções de insetos sugadores de plantas, que vivem sobre algumas espécies vegetais e que as abelhas recolhem, transformam, combinam com substâncias específicas próprias, armazenam e deixam madurar nos favos da colmeia.
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É o melhor e mais antigo adoçante para uso familiar e industrial com mercado sempre garantido. O SABOR, AROMA, COR e DENSIDADE variam de acordo com as flores das plantas que forneceram o néctar, classificando-o em diversos tipos pela sua origem botânica. Cada espécie de planta enriquece o néctar com suas qualidades e características especiais, representando a própria essência da vida que é também transferida para o mel. Para o homem é o adoçante natural mais rico em componentes nutritivos e terapêuticos conhecidos pelo seu valor energético, estimulador, digestivo e reconstituinte do organismo. É um alimento energético, que possui dois açúcares: glicose e frutose; sais minerais e outros que são absorvidos no sangue sem prévia digestão, proporcionando energia rápida.
O mel é gostoso e faz bem a saúde tanto para jovens quanto para idosos, passado no pão, na torrada, puro ou sobre manteiga, margarina e queijo. Com requeijão, então, fica uma delícia. Serve também como adoçante para cereais, pudins, café, salada de frutas, recheios de maçã assada ao forno, até carnes; sempre substituindo o açúcar. No verão, pode se fazer ótimo e energético refresco (água e mel) e que também é bom para dormir de forma tranquila, principalmente quando de flores de laranja. Terapeuticamente é bom para aliviar problemas nas vias respiratórias (gripes, tosse, bronquites), além de ser um excelente tratamento para aliviar a dor de queimaduras e colírio para vista cansada. O mel fluido e o mel cristalizado não possuem diferenças essenciais. Conservam a mesma natureza, tanto em estado líquido como em estado sólido, açucarado ou granulado.
O mel ao ser retirado dos favos tem aparência aquosa, depois de um certo tempo apresenta-se pastoso ou granulado pela cristalização de açúcares, de acordo com a sua composição. A granulação consiste na separação da glicose (forma sólida). É, pois, um processo natural que não prejudica o mel. Para fazer o mel voltar ao estado natural (líquido), basta aquecer sem tampa, em “banho-maria” com fogo brando (aproximadamente 50ºC). Pode possuir diversas cores, de acordo com o tipo de flor, e se mantém íntegro por longos períodos porque a abelha lhe adiciona ácido fórmico, um ótimo conservante, e a inibida, excelente bactericida. A composição do mel varia muito de acordo com a região e o tipo de mel:
• Água……………………..17,7%
• Glicose………………….34,0%
• Frutose………………….40,5%
• Sacarose………………..1,9%
• Sais Minerais………….0,18%
• Potássio, cloreto, cálcio, enxofre, sódio, ferro, etc.
• Outros:…………………..5,72%
Outros: Fosfato de CA e FE, ácido fórmico e acético, fermentos, vitamina A, B1, B2, B5, B6, C, E e K e grãos de pólen.
Os efeitos do mel no organismo humano são Imunológico, Anti-bacteriano, Anti-inflamatório, Analgésico e sedativo, Expectorante e Hipo sensibilizador.

Pólen
Pólen é a célula reprodutora masculina das plantas, que é colhida e processada pelas abelhas (do latim pollen – poeira fina). O pólen contém aminoácidos, proteínas, glícidos superiores, vitaminas e sais minerais entre outros elementos. O pólen é a parte fecundante da flor transportada pelas abelhas para a colmeia.
Os seus principais usos são:
• Na colmeia é utilizado como alimento proteico.
• Calmante.
• Baixa a tensão arterial.
• Aumenta a taxa de hemoglobina.
• Bom funcionamento do aparelho digestivo.
• Calcificação.
• Crescimento.
• Desempenho sexual.
• Distúrbios de Memória.
• Na cosmética como pastas e cremes para o rosto.
• Esgotamento físico e mental.
• Evitar nervosismo e insónia, entre outras aplicações.
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Elemento fecundante masculino da flor, que atraído pelo ovário da mesma fertiliza as sementes, garantindo a reprodução da planta. Formado por minúsculos grãos, localizados nas anteras dos estames da flor de onde é colhido pelas abelhas e levado para a colmeia para utilização no preparo do alimento das larvas jovens (os bebés da família), em decorrência do alto valor nutritivo, riquíssimo em proteínas naturais, acrescido de todo um processo de minerais, tais como: potássio, fósforo, enxofre, cobre, ferro, cloro, magnésio, silício e mais um complexo de vitaminas B, C, D, E. Tem quase todos os elementos necessários para a vida vegetal e animal com composição semelhante à geleia real. Para o homem não é um remédio, mas um superalimento com nutrientes de alto valor, indicado para o equilíbrio funcional e harmonioso do organismo humano, produzindo bem-estar e vigor físico, com ação já comprovada nos seguintes casos:
• Esgotamento físico e mental.
• Envelhecimento precoce.
• Regulador das funções gástricas.
• Efeitos preventivos contra doenças.
• Hipertensão arterial.
• Fragilidade cutânea.
• Fraqueza ocular.
• Queda e embranquecimento precoce dos cabelos.
• Infeções da próstata e muito mais.
Como usar: Ao natural uma colher de chá pela manhã para adultos e metade para as crianças. Esta dose pode ser estendida para a noite e também aumentada, sem contra indicações. Apresentação no mercado em forma granulada (bolotas) e em suspensão com mel na percentagem de 5 a 20%. Os minúsculos grãos de pólen variam de forma, tamanho e cor entre as espécies vegetais e, por isso, na prática, servem para identificar a planta e a origem do mel. Pela identificação do pólen encontrado através de uma análise, que chama-se Melisso palinologia, o estudo do pólen no mel. Já o estudo do pólen da planta chama-se palinológico. Para uso humano, o pólen somente pode ser coletado de regiões livres da aplicação de agro tóxicos e formado por plantas de boa produção, considerando coloração e sabor do mesmo. Para conservar ele deve ser desidratado em estufas especiais a uma temperatura máxima de 50 graus centígrados até reduzir sua humidade a 5 a 8%, ou antes de 24 horas depois de colhido, selecionado e limpo, guardar no frigorífico, ou ainda, no congelador quando em forma de pasta para posterior aproveitamento.

Geleia Real
É uma substância produzida pelas abelhas através das glândulas faríngeas com idade entre 4 a 11 dias de vida. É o alimento da rainha por toda a sua vida e das larvas até o terceiro dia de vida. Compõe-se em média de 31% de proteínas, 15% água, 15% de extrato de ésteres, 12% de dextrose, 0,7 de fósforo, vitaminas B1, B2, B6, BB, C e E, ácido patogénico e outros elementos.
Os seus principais usos são:
• Utilizado na colmeia como alimento.
• Cosméticos para a pele.
• Ajuda no desenvolvimento físico e mental das crianças.
• No tratamento de raquitismo e anemia.
• Regulariza as funções do sistema nervoso, cardiovascular, aparelhos respiratórios e digestivos, rins e fígado.
• Diminuição do stress e fadiga, entre outras aplicações.
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É um produto natural segregado pelas glândulas hipofaringeanas das abelhas jovens, com 3 a 12 dias de vida adulta. Indiscutivelmente, a natureza não tem outro alimento tão rico e poderoso como a geleia real. Inegavelmente, pela sua composição e quantidades de proteínas, carbohidratos, vitaminas, harmónios, enzimas, substâncias minerais, fatores vitais específicos, substâncias bio catalisadoras nos processos de regeneração de células desenvolvendo importantes ações no corpo humano. Informações de testemunhas e dados colhidos de vários autores em resumo bibliográficos, citam os seguintes benefícios obtidos com o uso da geleia real, tais como: asma bronquite, bactericida e microbicida, problemas de diabéticos, arteriosclerose, geriatria, doenças de fígado, pós-operatório, esgotamento, regeneração de células, reumatismo, câncer, problemas de visão, úlceras de estômago, gripes e muito mais.
Como conservar a geleia real:
• Quando pura, guardar no frigorifico em frasco de vidro bem fechado.
• Quando misturada com mel pode ser guardada em ambiente normal, sem colocar no frigorífico.
• Fatores que prejudicam a conservação da geleia real são: luz, calor excessivo e ar processamento inadequado.
• O ar provoca oxidação da geleia real.
As dosagens, em média, são de 100-300 miligramas. Casos de tratamento especial de 800-1000 miligramas, mediante consulta médica. Para tomar, o usual é pela manhã e ao deitar. A produção de geleia real é lucrativa, mas depende de conhecimentos especiais.

Própolis
O própolis, do grego pro-frente e polis-cidade, é um produto colhido pelas abelhas nas flores, troncos e árvore para o seu uso na limpeza, proteção, tapar fendas e mumificar. Sua composição em média é de 55% de resinas e bálsamos, 30% de cera, 10% de Óleos vegetais, 4% de pólen entre outras substâncias. O própolis é um antibiótico natural possui grandes propriedades energéticas, anti bactericidas, cicatrizantes, regeneradoras, anti infeciosas e um excelente conservador e regenerador dos tecidos celulares.
Os seus principais usos são:
• Úlcera e gastrite.
• Cicatrização geral.
• Infeções intestinais.
• Bronquite, tosse, pneumonia e tuberculose.
• Colesterol.
• Herpes Simples e Zoster.
• Males renais.
• Vaginite e cervicite.
• Diabete e hipoglicemia, entre outras aplicações.
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O nome PRÓPOLIS tem sua origem no prefixo grego PRO, que significa “antes ou em prol” e o sufixo POLIS quer dizer “cidade” ou “povoado”. O própolis é uma resina vegetal que as abelhas recolhem de certas plantas, principalmente das coníferas ou de espécies onde o produto é encontrado na casca em forma resinosa; em outras, o própolis é achado nas gemas prestes a florescer, a exemplo do que acontece no pessegueiro, na ameixeira. Há casos em que até nas folhas verdes, as abelhas encontram o própolis. As abelhas colhem esse material com o uso de suas mandíbulas, com as quais raspam-no e a tornam maleável, manipulando-o com as patas até fixarem o própolis em suas orbículas (nas patas) como se fosse pólen, transportando-o, até a sua colmeia.
Na colmeia serve como:
• Material de construção para envernizar e impermeabilizar as paredes dos favos, antes da postura da rainha, assim como as demais paredes, teto, assoalho e quadros da colmeia.
• Para cobrir inimigos invasores, mortos pelas próprias abelhas e que não possam ser retirados, embalsamando-os com o própolis.
• Para fechar fendas e reduzir o alvéolo durante o frio e até para defesa contra os inimigos.
• Para isolar tudo o que as abelhas não gostam e possa vir a comprometer a sobrevivência da família.
• Para servir de desinfetante da colmeia e eliminar fungos em favor da saúde das abelhas.
Para o homem tem funções terapêuticas comprovadas como tratamentos:
• Tumores malignos.
• Bronquites (tuberculoses).
• Eczemas agudas e crónicas.
• Feridas diversas, purulentas e também calosidades.
• Infeções micóticas dos pés, principalmente dos dedos.
• Infeções micóticas na pele.
• Inflamação da garganta.
• Inflamação dos brônquios, da laringe e da mucosa nasal.
• Indicada na cura de aftas e de gengivites.
Externamente é excelente para queimaduras, feridas, micoses, verrugas, picadas de insetos, dor de dente e outras. A partir do extrato de própolis, podem elaborar-se um grande número de subprodutos, entre eles a tintura de própolis, xaropes, rebuçados, pomadas, unguentos, sabonetes, mel com própolis e outras fórmulas.

Veneno
Este veneno é a única força de defesa da abelha contra seus inimigos. É formado por várias substâncias biológicas, que são as responsáveis pelos diferentes efeitos no organismo humano e animal. Um odor ácido forte é emitido durante a ferroada, com a finalidade de incitar as abelhas ao ataque. Mas este veneno que tanta dor causa aos apicultores, que vez por outra levam algumas ferroadas, como advertência pelas abelhas, para a humanidade, desde longos anos e até hoje tem proporcionado excelente resultado no tratamento de reumatismo ou artrite, transtornos circulatórios e muitas outras acções já confirmadas, desde que não alérgicas ao veneno das abelhas. A extracção deste veneno é uma actividade nova e que pode proporcionar uma excelente fonte de renda complementar para o apicultor. Como o veneno não tem venda directa ao consumidor, antes de investir na compra de colectores entre outros materiais, deve conseguir um comprador certo (laboratórios), para o produto. Muitas pessoas são alérgicas ao veneno, por isso é necessário ter cuidado e consultar um médico antes.
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Composição, propriedades físico-químicas e antibióticas
O veneno de abelhas é um líquido transparente, com um odor de mel acentuado e sabor amargo, a sua densidade é de 1,1313. Uma gota colocada sobre papel de tornassol azul torna-o imediatamente vermelho indicando assim uma reação ácida. A análise química mostrou que o veneno de abelha continha ácido fórmico, ácido clorídrico, ácido ortofosfórico, histamina, colina, triptófano, enxofre. Supõe-se que deve as suas propriedades médicas essencialmente ao fosfato de magnésio Mg3 (PO)4)² cuja taxa representa 0,4% do peso do veneno seco. Nas suas cinzas notaram-se indícios de cobre e de cálcio. É, além disso, muito rico em substâncias azotadas, em gorduras voláteis, que desaparecem no decurso da sua dessecação e contém muitas diástases como, fosfolipase, hialuronidase, etc.
Segundo certos autores, é precisamente a presença destas gorduras voláteis que seria a causa da sensação de dor aguda provocada no local da picada.
A sua composição química ainda não foi estudada completamente e não se conseguiu igualmente fazer a sua síntese.
Segundo o professor G. F. Gause, o veneno de abelha seria a mais ativa substância antibiótica conhecida. “À terceira categoria de substâncias antibióticas escreve ele, pertencem os compostos à base de azoto e de enxofre, isto é, em primeiro lugar, os venenos de abelhas e de serpente… Uma substância bactericida, a gliotoxina, segregada pelos bolores do gênero Pliocladium, tem uma composição química análoga. 1/100 000 de mg em 1 ml de caldo de cultura entrava o desenvolvimento de certos micróbios gram-positivos. A gliotoxina, os venenos de abelha e de serpente fazem parte das substâncias antibióticas conhecidas mais ativas.”
Os biologistas soviéticos P. Komarov e A. Ernstein, A. Balandin, I. Koop e outros mostraram que uma solução aquosa do veneno de abelha, mesmo de 1:50 000 era rigorosamente estéril, enquanto as soluções de 1:500 000 e 1: 600 000 estimulavam o desenvolvimento de paramécias (organismos unicelulares). I. Koop nota muito justamente que o veneno de abelha deveria ser estudado no mesmo plano do que os antibióticos de origem criptogâmica ou bacteriana.
Modo de emprego
No decurso destes últimos anos, o tratamento por APITERAPIA desenvolveu-se muito na União Soviética e noutros países.
Na Checoslováquia utiliza-se a “virapina”, na Alemanha, a “apizartron”. Contudo, segundo as investigações clínicas efetuadas na Romênia (Alexandre Parteniu), na China (Fan Tché-You), na U.R.S.S. (Ioirich e outros) e nos Estados Unidos (Beck Broadman, etc.), é ainda por veneno introduzido pelo Ferrão-seringa da abelha sob forma de picada subcutânea o que daria melhores resultados.
Tratamento por picadas naturais de abelha
Com a ajuda de pinças especiais aproxima-se a abelha da região a picar, a qual deve ser previamente limpa com água tépida e com sabão (não se aconselha álcool). Não se deve fazer uma nova picada no mesmo local senão ao fim de cinco dias. Após quatro dias da tumefação, sensação de dor e outras reações terem passado e o doente suportado bem o tratamento, a apiterapia poderá continuar. As regiões a picar são aquelas onde se dão habitualmente as injeções subcutâneas ( partes externas das espáduas e as ancas). O reservatório de veneno esvazia-se muito lentamente sob a ação dos gânglios contráteis. São necessárias várias horas. O veneno é rapidamente absorvido pelos tecidos envolventes e passa para o sangue. Por consequência, não se deverá extrair o ferrão senão quando todo o veneno tiver saído do reservatório. O fim dos movimentos de contração é aliás visível a olho nu.
Modo de emprego
No primeiro dia, o doente será picado por uma única abelha, no dia seguinte por duas, no terceiro por três e assim sucessivamente até ao décimo dia. Após esta primeira parte do tratamento. Tendo o doente recebido 55 picadas, será indispensável conceder-lhe um repouso de 3 a 4 dias, retornando-se o tratamento aplicando três abelhas por dia. No decurso desta segunda parte do tratamento ( duração de 45 dias ) o doente deve ter recebido o veneno de cerca de 140 a 150 abelhas ou seja, um total, para todo o período ( nas duas séries ), de 180 a 200 picadas. Se, após este tempo, nenhuma cura nem melhoras se obtiverem o tratamento deverá ser prolongado.
Há cerca de uns 20 anos propusemos e publicamos um método de APITERAPIA extremamente inofensivo para o doente e muito prático para ser utilizado tanto nos hospitais, clínicas, sanatórios, como em casa. Este método consiste em não repetir, quer as picadas de abelhas, quer a injeção de APITOXINA, senão de 5 em 5 dias. Com efeito, nos casos em que o veneno tenha provocado um edema, ou um ligeiro ponto doloroso, tudo isto terá desaparecido completamente ao fim do quarto dia e o doente surtir-se-á perfeitamente bem para se poder recomeçar o tratamento.
A experiência mostrou que era possível reduzir para metade a duração do tratamento, conservando o mesmo número de picadas, isto é, cerca de 200.
No primeiro dia o doente receberá 2 picadas de abelhas, no segundo 4 picadas, no terceiro 6 picadas, no quarto 8 picadas. Depois do quinto ao vigésimo-quarto dia será picado diariamente por 9 abelhas. Se o doente suportar mal estas doses elevadas de veneno, então se reduz para 5 picadas por dia. Por consequência, em 24 dias o doente terá recebido um total de 125 picadas, e o restante ( 75 picadas ) poderá ser-lhe administrado após uma curta pausa.
Notemos que, regra geral, nas pessoas em que a APITERAPIA não está contra-indicada, a picada de abelha não ocasionam nem inchaço nem dor, e que podem suportar sem qualquer perigo 20 a 30 picadas simultâneas e por vezes até mais. Pelo contrário, após cura ou nítida melhoria seguida a um tratamento com veneno, acontece que uma mesma pessoa se torne muito sensível ao veneno e, depois de ter sido picada acidentalmente por uma ou duas abelhas, reaja do modo habitual (aparição local de edemas, de inflamação, de dor, etc.).
Apitoxina em injecções intradérmicas
Este processo é muito mais prático do que as picadas naturais pelas abelhas, porque permite a injeção de doses variadas de APITOXINA segundo o estado e a reação do doente. Por outro lado, pode-se sempre ter de reserva uma preparação de apitoxina em qualquer estabelecimento médico (Hospital, Clínica, Dispensário). A injeção intradérmica (entre a epiderme e a derme) de solução de apitoxina provou ser o método mais simples e mais eficaz. Com efeito, um quinto do nosso sangue encontra-se localizado na pele, de modo que uma vez o veneno inoculado na pele, espalhar-se-á imediatamente pela via sanguínea através de todo o organismo. Por injeções hipodérmicas introduz-se uma quantidade mais importante de apitoxina (até 1 ml); ao contrário, os efeitos curativos são mais limitados do que com a injeção intradérmicas. A injeção intradérmica efetuada com a ajuda de uma agulha especial munida de uma anilha permite doses de 0,1; 0,2 ou 0,3 ml.
Ionoforese ou eletroforesa da apitoxina
A ionoterapia é largamente utilizada no tratamento das doenças internas e nervosas, em cirurgia, em ginecologia, etc. Este processo fundado sobre a dissociação eletrolítica constitui o melhor meio de introduzir um medicamento através da pele. As observações mostraram que a aplicação da APITOXINA por ionoforese apresentava um certo número de vantagens sobre as picadas de abelha.Com efeito, a introdução da APITOXINA por iontoforese não determina nenhuma dor, a não ser uma ligeira hipermia (avermelhamento) da zona da pele submetida a iontoforese. Este tratamento é efetuado geralmente nos serviços fisioterápicos dos hospitais e das policlínicas.
No XX Congresso Internacional Jubilar dos Apicultores realizado em Bucareste em 1965, os doutores Vl. Mladénov e V. Kazandjíeva fizeram uma comunicação a respeito à aplicação da APITERAPIA por iontoforese no Sanatório de balneoterapia de Custendile (Bulgária). Para 32 dos 108 doentes atingidos por afecções do sistema nervoso periférico, as dores agudas desapareceram, os funcionamentos do sistema nervosos tornou-se normal, e os doentes ficaram curados completamente; 64 deixaram o hospital com nítidas melhoras do seu estado de saúde e durante um a dois anos não se assinalou nenhum caso de recaída nos doentes. Para 12 doentes não se verificou nenhuma melhora e só num único se verificou idiossincrasia ao veneno de abelha. Este método de tratamento deu igualmente bons resultados no caso de artrites reumátismais e reumatóides, de artroses deformantes e de doenças arteriais.
Por consequência, a prática de apiterapia mostrou que o veneno de abelha bloqueia a condutibilidade dos retransmissores dos centros nervosos, diminui ou suprime totalmente as dores nevrálgicas e reumatismais, provoca a dilatação dos capilares sanguíneos e aumenta assim a irrigação sanguínea dos tecidos. Foi observado ale disso que a APITOXINA favorece a hematopoiese: em 70% dos casos o número das hematias passou de 50 000 para 500 000, em 65% dos casos a taxa de hemoglobina aumentou até 12%, diminuindo a taxa de colesterol no sangue. A
solução de apitoxina (destinada a ionoforese) prepara-se assim: dissolver em 1 litro de água destilada de 0,04 a 0,05 de veneno de abelha bruto. Colocar em seguida sobre o local doloroso do corpo dois elétrodos munidos de pequenas almofadas hidrófilas de 150 a 250 cm² cada uma. As almofadas serão embebidas de água tépida e de solução de APITOXINA e juntas em seguida ao ânodo e ao cátodo, de modo que a apitoxina seja introduzida no organismo ao mesmo tempo pelos dois pólos.
No 1º dia as almofadas serão umedecidas cada uma com 2 ml da solução de apitoxina, 3 ml no 2º dia , de 4 ml no 3º dia, de 5 ml no 4º dia, de 6 ml no 5º dia, de 7 ml no 6º dia, de 8 ml nos dias seguintes até o fim da cura. A intensidade da corrente deverá ser de 10 mA no 1º dia, 12 mA no 2º dia, 14 mA no 3º dia, 16 mA no 4º dia, 18 mA no 5º dia e 30 mA nos dias seguintes. Quanto à duração de cada sessão ela será de : 10 min. no 1º dia, 12 min. no 2º dia, 14 min. no 3º dia, 16 min. no 4º dia, 18 min. no 5º dia e enfim 20 min. nos dias seguintes. Sendo aplicado o tratamento diariamente, durante 15 a 20 dias, a quantidade total de soluçã9o de apitoxina introduzida variará de 200 a 250 ml.
Modo de acção
Segundo as observações feitas ao longo dos séculos e as investigações destes últimos anos, é possível afirmar atualmente que o veneno de abelha tem uma ação seletiva sobre o sistema nervoso. A rainha Cleópatra, que se tinha interessado particularmente pela ação dos venenos, recolheu uma coleção das mais diversas substâncias venenosas. Ela procurava descobrir as que poderiam causar uma morte sem sofrimento e experimentava a sua ação nos condenados à morte. A experiência mostrou que só o veneno de vespa (o de abelha não podia ser utilizado, pois que estes insetos eram considerados sagrados) causava uma morte repentina e que causava menos sofrimento. O condenado a quem se injetava este veneno perdia os sentidos, a sua cara cobria-se de suores e rapidamente sobrevinha à morte. Se, como experiência, se tentasse forçosamente tirar o indivíduo envenenado do seu estado de coma, ele resistia como alguém que tivesse sido mergulhado num profundo sono.
Em 1954, os alemães W. Neumann e K. Habermann publicaram uma obra em que indicam que uma injeção de melitina (proteína extraída do veneno de abelha) determina uma baixa de tensão sanguínea, a hemólise (destruição dos glóbulos vermelhos), uma contração das fibras musculares estriadas e lisas suprime os efeitos retransmissores neuro-musculares e ganglionares. Por outro lado, segundo os mesmos autores, a hialuronidase (diástase extraída igualmente do veneno de abelha) aumenta a permeabilidade dos capilares sanguíneos. Ora, esta permeabilidade dos vasos é capital: quando ela diminui, devido a perturbações do funcionamento do sistema capital na sequência de envelhecimento ou estado mórbido do organismo, entre os órgãos e tecidos.
Idiossincrasia (alergia) ao veneno
A imperceptível gotícula de veneno introduzida no nosso corpo durante uma picada de abelha é um remédio muito ativo. Pelo contrário, dezenas destas gotículas tornam-se já tóxicas para o nosso organismo, enquanto que uma dose de várias centenas é mortal.
A sensibilidade do organismo ao veneno de abelha varia segundo os indivíduos: os mais sensíveis são as mulheres, as crianças e as pessoas idosas. A experiência mostrou que 1 a 5 e mesmo 10 picadas de abelhas são muito bem suportadas por um indivíduo em bom estado de saúde e não provocam senão uma vermelhidão, ligeiro inchaço, sensação de queimadura, etc.; 200 a 300 picadas simultâneas determinam uma intoxicação de todo o organismo com perturbações características principalmente do sistema cardiovascular e do sistema nervoso (anelação, arroxeamento da pele, pulsação acelerada, convulsões, paralisia); se o seu número atinge 500 ou mais, sobrevém a morte, a maior parte das vezes causada por uma paralisia do centro nervoso
respiratório. Entretanto, existem indivíduos hipersensíveis: uma única picada de abelha basta para provocar-lhes perturbações graves: enxaqueca aguda, aparição de urticária, vómitos e diarreia.
O organismo da maior parte dos indivíduos habitua-se bastante rapidamente às picadas de abelhas e reage a elas muito francamente ao até nada. As observações têm mostrado que as pessoas em contacto frequentes com as abelhas(apicultores) suportam sem perigo as suas picadas. Alguns apicultores trabalhando há muito tempo com as abelhas suportam sem nenhum sinal de intoxicação até 1000 picadas! Os dados provenientes dum grande número de colméias repartidas através da U.R.S.S. indicam que 28,2% dos apicultores ficam imunizados contra o veneno das abelhas depois do 1º ano de trabalho no colmeal; 34,6% no decorrer do 2º ano; 10,5% no 3º ano e muito poucos (5,7%) não o ficam jamais. Em 4,2% dos apicultores a imunidade é natural. (extraído de “As Abelhas, farmacêuticas com asas” por N. Ioirish, URSS 1981)

Cera
A cera das abelhas é, a seguir ao mel, um dos principais produtos resultantes da produção apícola. Esta é importante tanto para a qualidade do mel como também para a sanidade e produtividade das colónias de abelhas. Desta forma a produção, comercialização e utilização da cera com segurança e qualidade, torna-se vantajoso não só para a produtividade e qualidade do mel obtido, mas também para o apicultor.
A cera de abelha é essencial para o desenvolvimento da criação, para o armazenamento do mel e pólen, para a regulação da temperatura da colónia e na descriminação de odores da colónia. As obreiras com idades compreendidas entre os 12 e os 18 dias são as principais responsáveis pela produção da cera. Neste período de tempo as suas glândulas cerígenas atingem o máximo da sua produção. A cera é segregada por oito glândulas cerígenas, situadas duas a duas nos quatro últimos esternos da parte ventral do abdómen da obreira. Cada placa ou escama de cera produzida por uma abelha pesa cerca de 0,008 gramas. É estimado que para produzir 1 kg de cera é necessário o consumo de 7 kg de mel pelas obreiras, ou seja, cerca de 15% do mel consumido em 1 ano.
Também existem ceras químicas que são produtos usados para lustrar pisos, móveis, automóveis e sapatos. Ceras industriais e domésticas, líquidas, em pasta ou em pedra. Além é claro de algumas mucosas e fluidos corporais que são popularmente chamados dessa maneira
Inicialmente Wilhelm Michler em 1768 propôs a Sociedade de Apicultura Alemã que a cera era produzida pelos anéis do corpo, porém foi contestado por Reamur, que afirmava que a cera era proveniente do pólen reelaborado pelo estômago das abelhas e expelido pela boca. Huber fechou abelhas numa caixa com mel e água. Mesmo assim as abelhas construíram favos de cera, porém em menor quantidade. Concluiu que a cera é resultado da reelaboração do mel, bastando 6 a 7 gramas para produzir um grama de cera.
Grande parte dos nativos das Américas consumiam os insetos abelhas e vespas, bem como seus subprodutos, o mel e a cera. A cera servia também para outras utilidades.
Os Paresi, do Mato Grosso, eram uns dos poucos índios da América do Sul que domesticavam abelhas. Mantinham-nas em cuias com duas aberturas, uma para a entrada dos insetos e outra, bloqueada com cera, por onde eram retirados os favos.
A cera da abelha era utilizada ainda no século XVI pelos nativos na confeção de instrumentos musicais como maracá, flauta e apito, como cola, vedação de utensílios, polimento e lubrificação de artesanato e em algumas tribos em iluminação. A cera era armazenada em forma de rolos pretos e também utilizada para proteger grossos canudos de bambu empregados para a guarda de plumas.
Os Bakairi de Mato Grosso consumiam o mel e usavam a cera para tapar buracos ou fissuras na canoa, confecionar flechas e, quando queimada no interior das habitações, desempenhar o papel de inseticida.
Os Parakanã do Pará untavam fios de algodão com cera para fazer tochas.
Algumas tribos faziam a zarabatana com dois canudos de madeira unidos um ao outro com fibras de jacitara ou palmeira-cipó e vedados externamente com cera de abelha.
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Extração
O método de extrair a cera dos favos é colocá-los dentro de um saco de pano, mergulhá-los em água com um peso em cima e aquecê-los para que a cera derreta e escoe pelas malhas do saco, no qual fica retido o “bagaço” composto por uma finíssima malha de seda tecida pelas larvas que nasceram do favo em sucessivas gerações.
Composição e características
A cera é composta por ácido cerótico e palmítico, é isolante elétrico, funde entre 63 °C e 64 °C, amolecendo a partir dos 35 graus Celsius, e tem densidade próxima da água. É solúvel em gorduras, azeites, benzina, sulfeto de carbono, terebentina, éter e clorofórmio.
É muito maleável e utilizada para laminação de cera alveolada e utilizada para determinar a posição em que as abelhas deverão fundar os favos no interior da colmeia. É utilizada na fabricação de medicamentos, cosméticos e depilatório.
Uso medicinal
Mascada pura destrói o tártaro dentário e depósitos de nicotina. Mascada com mel purifica as vias nasofaríngeas e é muito eficiente nos casos de sinusite e febre dos fenos. As ceras são uma classe diversa de compostos orgânicos sólidos hidrófobos e maleáveis quando em temperatura ambiente. Eles incluem alcanos elevados e lípidos, tipicamente com pontos de fusão superiores a cerca de 40°C, que funde ao dar origem a líquidos de baixa viscosidade. As ceras são insolúveis em água, mas solúveis em solventes não polares, orgânicos. As ceras naturais de diferentes tipos são produzidos por plantas e animais e ocorrem em petróleo.
Química
As ceras são compostos orgânicos que consistem caracteristicamente de cadeias alquilas longas. Ceras sintéticas são os hidrocarbonetos de cadeia longa (alcanos ou parafinas) que não possuem grupos funcionais substituídos. As ceras naturais podem conter hidrocarbonetos não substituídos, tais como alcanos superiores, mas também podem incluir vários tipos de compostos de cadeia longa, tais como ácidos gordos, álcool graxo primário e secundário, cetonas e aldeídos. Elas também podem conter ésteres de ácidos graxos e de álcoois graxos.
Ceras vegetais e animais
As ceras são sintetizadas por muitas plantas e animais. As de origem animal normalmente consistem de ésteres de cera derivados a partir de uma variedade de ácidos carboxílicos e álcoois gordos. Em ceras de origem vegetal, misturas de hidrocarbonetos não esterificados característicos podem predominar sobre os ésteres. A composição depende não só das espécies, mas também a localização geográfica do organismo.
Ceras animais
A cera animal mais comum é a cera de abelhas, mas outros insetos também segregam ceras. Um importante componente da cera usado na construção de favos de mel é o éster palmitato myricyl, que é um éster de triacontanol e um ácido palmítico. Seu ponto de fusão é 62-65°C. Espermacete ocorre em grandes quantidades no óleo de cabeça da cachalote. Um dos seus principais constituintes é palmitato de cetilo, outro éster de um ácido gordo. A lanolina é uma cera obtida a partir da lã, que consiste em ésteres de esteróis.
Ceras vegetais
Plantas segregam ceras para dentro e na superfície das suas cutículas como uma forma de controlar a evaporação, a molhabilidade e a hidratação. As ceras de plantas são misturas a hidrocarbonetos substituídos de cadeia longa alifáticos contendo alcanos, ésteres de alquilo, ácidos gordos, álcoois primários e secundários, dióis, aldeídos e cetonas. Do ponto de vista comercial, a cera vegetal mais importante é a cera de carnaúba, uma cera dura obtida a partir da palma brasileira Copernicia prunifera e tem muitas aplicações, tais como produtos de confeitaria e outros revestimentos de alimentos, automóveis e mobiliário, revestimento do fio dental, cera de prancha de surf, além de outros usos.
Ceras derivados do petróleo
Embora muitas ceras naturais contenham ésteres, as ceras de parafina são hidrocarbonetos e misturas de alcanos geralmente em uma série homóloga de comprimentos de cadeia. Estes materiais representam uma fração significativa de petróleo. Elas são refinados por destilação a vácuo. As ceras de parafina são misturas de alcanos, naftenos e compostos aromáticos e substituídos com alquil-nafteno. O grau de ramificação tem uma influência importante sobre as suas propriedades. Milhões de toneladas de ceras de parafina são produzidas anualmente. Eles são usados em alimentos (tais como goma de mascar e embalagem de queijo), em velas e cosméticos, como revestimentos anti-aderentes, impermeabilizadores e pomadas.
Cera de lenhite
A cera de lenhite é uma cera fossilizado extraída do carvão e da lenhite. É muito densa, refletindo a elevada concentração de ácidos gordos saturados e álcoois. Embora seja castanho escura e com mau cheiro, ela pode ser purificada e branqueada para uso em produtos comercialmente úteis.
Ceras derivadas de polietileno
Algumas ceras são sintetizados por craqueamento do polietileno a 400°C. Os produtos têm a fórmula (CH2) NH2, em que “N” varia entre cerca de 50 e 100. Em 1995, cerca de 200 milhões kg/y foram consumidos.