
Formigas, térmitas, vespas e abelhas são semelhantes, em termos biológicos, até o nível de subordem. A diferenciação entre eles começa ao nível de super família (por exemplo, as formigas estão na super família – formicoidea). A super família Apidae inclui as 20.000 espécies de abelhas, divididas em nove famílias, dentre as quais as abelhas sociais pertencentes à família Apidae.
Esta família podem ser consideradas de acordo com seus hábitos, ou outras conveniências, em três categorias, as sociais, solitárias e parasitas.
As Abelhas consideradas sociais
São as que vivem em enxames, isto é, em grande número de indivíduos no mesmo ninho e onde haja divisão de trabalho e separação de castas. As castas são os membros da colmeia, normalmente uma rainha, zangões e operárias, como será logo visto.
Embora sejam a minoria dentre as várias espécies, trazem em si o que realmente caracteriza a essência do reino das abelhas.
As Abelhas consideradas parasitas
Difere do apresentado por outros insetos. Uma abelha somente parasita outra abelha e utiliza-se apenas do trabalho e do alimento que o hospedeiro armazenou. Na maioria dos casos, o parasita invade os ninhos, coloca seus ovos nas células já prontas e aprovisionadas pelo hospedeiro e deixa que seus filhos se desenvolvam aos cuidados deste. Em alguns casos, o parasita passa a conviver com o hospedeiro e pode, até mesmo, desenvolver algum tipo de trabalho em conjunto. Um outro tipo de parasitismo interessante é encontrado num género de abelhas (Lestrimelitta, conhecida popularmente por abelha – limão) socialmente bem evoluídas. As espécies deste grupo (duas) constroem seus próprios ninhos, porém o material de construção e as provisões são roubadas de outros ninhos de espécies afins, como jati, tubiba, abelha – canudo, etc. Essas abelhas saem em grande número – pois suas colónias chegam a ter milhares de indivíduos – invadem o ninho das outras e daí levam o material que necessitam. Esses ataques duram, às vezes, vários dias, e muitas abelhas morrem. Outro aspecto peculiar é que esses parasitas passam a defender o ninho conquistado contra pilhagens ou parasitas secundários, enquanto levam o material roubado. As abelhas – limão são tão bem adaptadas a este comportamento que sequer possuem as orbículas.
Apis Mellifera
Chamadas também de “Abelhas do Reino”, são encontradas por quase todo a Europa. São muito mansas, mas ficam muito agitadas durante o manuseio. Comparando estes dois grupos de abelhas, as Apis e os meliponídeos, não nos cabe dizer qual é mais ou menos evoluído. Cada um tem suas características e tarefas. Mas é evidente que são diferentes. O poder de decisão de uma colónia de Apis é percetivelmente algo de primeiro raio. Todos os seus processos implicam em um desligamento total com o que passou.
As Abelhas consideradas solitárias
As abelhas que vivem sozinhas e morrem antes que seus filhos atinjam a fase adulta. Constroem ninhos no chão, em fendas de pedras e árvores, em madeira podre ou em ninhos abandonados de outros insetos. Normalmente as fêmeas fecundadas preparam cuidadosamente o ninho, suprem cada célula com uma quantidade adequada de alimento preparado à base de pólen e mel, e colocam o ovo sobre essa camada de alimento. Então fecham cada célula, fecham o ninho por fora e vão embora.
Apidae
Encontramos os géneros Apis e Bom-bus que possuem ferrão. No género Apis encontramos quatro espécies entre elas esta o Apis Melífera que é a espécie mais utilizadas para a produção de mel no mundo todo. Apesar de nossas abelhas indígenas não possuir ferrão, elas não são largamente utilizada para a produção de mel, porque sua produção e baixa em relação as abelhas sociais do grupo das africanizadas.
Apis Mellifera Adonsonii
Habitam na África do sul até o sul do Saara. São abelhas muito agressivas, polinizadoras e enxameadoras. Foram introduzidas no Brasil por volta de 1956.
Apis Mellifera Ligustica
Chamadas de “Abelhas Italianas”, são encontradas na Itália e no litoral norte da Jugoslávia. São muito mansas, ficam calmas nos favos quando se faz o manuseio, são pouco enxameadoras. Foram introduzidas no Brasil por volta de 1879/1880.
Apis Mellifera Lamarckii
São encontradas no vale do rio Nilo, também conhecidas como “Abelhas egípcias”.
São muito bravas, de baixa produtividade e não se adaptam muito bem as diversas práticas apícolas.
O exemplo da enxameação é característico. Quando uma família de Apis lança um enxame, este perde toda a conexão com a família mãe. O mesmo processo em um meliponídeo acontece de maneira gradual, com um desligamento progressivo da colmeia mãe. Tem-se também o exemplo da ordem. A constituição de um ninho de Apis prevê que todas as estruturas devem ser úteis e funcionais sem superfluidade. Tanto é assim que todos os favos são iguais e as mesmas células que servem para o nascimento de operárias ou zangões, também servem para armazenagem de pólen ou mel. Nos meliponídeos as células de cria são completamente distintas dos vasos de armazenamento, e além disso aquelas são destruídas e refeitas continuamente.
Aparentemente os meliponídeos trazem em si muito da suavidade dos raios pares, a ponto de algumas espécies permitirem a convivência de várias rainhas, diluindo seu eixo central de equilíbrio em vários pontos. Tal situação é impossível numa colmeia de Apis, sendo a convivência de uma rainha com princesas tolerada apenas nos momentos em que está para haver uma divisão de família ou mudança de rainha. O fluxo energético em uma colmeia de Apis é forte. Sua sensibilidade e energias negativas e desarmónicas são grandes. Os meliponídeos comportam uma energia suave, e pacientemente toleram a proximidade de seres desarmónicos, mesmo que “sofram” com isto.
Embora possamos dizer que as abelhas são os mais nobres representantes dos insetos na superfície da Terra, mesmo elas são suscetíveis à degradação do homem. Abelhas demonstram que este reino não ficou imune ao negativismo da atual civilização de superfície. Também dentre as Apis encontramos estes sinais. Nas épocas de escassez algumas famílias são levadas a tentar roubar as reservas de outras famílias. E há famílias nas quais o instinto de pilhagem está profundamente arraigado, causando, às vezes, muito transtorno nos apiários.
Como nascem as abelhas
Três dias depois de ser fecundada a abelha rainha começa a desovar, botando um ovo em cada alvéolo. Uma rainha pode por cerca de três mil ovos por dia. Durante o seu ciclo, as abelhas passam por quatro etapas muito diferenciadas: Ovo – Larva – Ninfa – Adulto
Assim como as borboletas, sofrem uma METAMORFOSE, as larvas são muito diferentes dos adultos e seu corpo sofre mudanças muito importantes durante seu desenvolvimento.
Os ovos são formados nos dois ovários da rainha e, ao passarem pelo oviduto, podem ou não ser fertilizados pelos espermatozóides armazenados darão na espermática. Os ovos são fertilizados e darão origem a abelhas operárias e dos não fertilizados nascerão zangões. Este fenómeno – do nascimento dos zangões a partir de ovos não fecundados – é conhecido cientificamente como partenogênese. Portanto, o zangão nasce sempre puro de raça, por originar – se de ovo não fecundado.
É interessante saber como a rainha determina quais os ovos que serão fertilizados, ou seja, darão origem a operárias, e quais os que originarão zangões. O processo se dá seguinte forma: as abelhas constroem alvéolos de dois tamanhos: um menor, destinado a criação de larvas de operárias, e outro maior, onde nascerão os zangões. Antes de ovular, a abelha rainha mede as dimensões do alvéolo com suas patas dianteiras. Constatando ser um alvéolo de operária, a rainha, ao introduzir seu abdómen para realizar a postura, comprime sua esperance, liberando, assim, espermatozóides que irão fecundar o ovo que será depositado no alvéolo. Caso a rainha verifique que o alvéolo é destinado a zangões, ela simplesmente introduz o abdómen no alvéolo, sem comprimir sua espermática, depositando assim um ovo não fecundado.
É importante que o apicultor saiba destas diferenças porque, caso o lote de esperma presente na espermática da rainha se esgote, todas as abelhas nascerão de ovos não fecundados, dando origem, portanto, a zangões, unicamente. Neste caso, o apicultor deverá substituir imediatamente sua rainha, para evitar que a colónia desapareça, pela falta de operárias, que garantem alimentação, higiene e demais serviços da colmeia.
