

Apis mellifera – possui uma morfologia muito característica e bem distinta dos outros insetos e abelhas solitárias e com diferenças bem marcadas entre os três tipos: Rainha, Obreiras e zangões. Embora fazendo parte da classe inseta tem uma forma de vida especializada, possuindo mecanismos e estruturas particulares. A abelha doméstica – Apis mellifera – é um inseto fabuloso e uma verdadeira máquina de produção. É uma trabalhadora infatigável em permanente luta contra o tempo, visitando milhões de flores para colher uma pequena quantidade de néctar para a sua colónia. A Apis mellifera possui uma atividade organizada, não perde tempo e como possui um corpo adequado às funções que desempenha, procura extrair o máximo de produtividade desse fator. É hoje um dos insetos mais estudados e acarinhados pelo homem nas várias vertentes resultantes da sua atividade: produção de mel, polinização e estudo do ambiente.
Aspetos morfológicos das abelhas Apis Mellifera
As abelhas, como os demais insetos, apresentam um esqueleto externo chamado exosqueleto. Constituído de quitina, o exosqueleto fornece proteção para os órgãos internos e sustentação para os músculos, além de proteger o inseto contra a perda de água.
O corpo da abelha divide-se em três partes: cabeça, tórax e abdómen.
Na cabeça das abelhas existe dois grandes olhos facetados e três pequenos olhos simples, a boca compreende um lábio inferior móvel, um par de mandíbulas que servem para a colheita do pólen e mastigação da cera, e uma trompa complicada, formada pela língua, pelo lábio inferior e pelos dois maxilares, com a qual sugam a água e os néctar das flores.
O tórax das abelhas obreiras tem três pares de patas, tendo as duas posteriores uma colher ou fosseta escavada na tíbia, onde as abelhas acumulam o pólen e o própolis; nos fémures de todas as patas vêem-se uns tufos de pelos ou escovas, que servem para colher o pólen, e também sobre as tíbias outros tufos de pelos que servem para as abelhas limparem os olhos e as antenas quando estas se sujam de pólen. Prendem-se no tórax dois pares de asas.
O abdómen é formado por seis anéis, pouco móveis e na face central encontram-se quatro pares de glândulas que segregam a cera. O aparelho digestivo das abelhas é formado pelo esófago, que continua a trompa pelo papo, onde se acumula o mel até que a abelha o lança no fundo do favo, pelo estômago e pelo intestino. Como órgãos anexos este aparelho tem várias glândulas salivares, das quais o primeiro par produz uma saliva que, misturada com o mel e o pólen, serve para fazer um caldo ou papa com que são alimentadas as larvas; um segundo par, cuja saliva serve para macerar a cera, e um terceiro par, cuja secreção a abelha mistura ao mel juntamente com uma gota de ácido fórmico, para que melhor se conserve nos favos.
Distinguindo-se claramente a cabeça, o tórax e o abdómen.

Aspetos da morfologia externa da abelha Apis Mellifera
Todos os músculos são estriados esqueléticos, mesmo os que envolvem o tubo digestivo e o coração. Os músculos que aderem às paredes do corpo movem as várias partes, inclusive os apêndices. Para mover os apêndices há pares antagónicos de músculos. Algumas partes têm apenas músculo flexor. A extensão dessas estruturas são feitas por movimentos da hemolinfa (que gera pressão) em conjunto com a elasticidade da cutícula. As abelhas são, provavelmente, um grupo monofilético originado de vespas esferídeas. Um grupo que surgiu por ter uma nova situação adaptativa: pólen das angiospermas para servir de alimento proteico para as larvas. As abelhas são inteiramente dependentes das flores para se alimentarem, podendo não se terem originado antes do aparecimento das angiospermas, predominantes no cretáceo médio (120 milhões de anos atrás). A maioria das angiospermas dessa época eram polinizadas, provavelmente, por besouros. Os fósseis de abelhas conhecidos, datados do Eoceno (40 milhões de anos atrás) indicam que, para essa época, as abelhas já eram especializadas e a maioria dos grupos de abelhas conhecidos hoje já existiam.


Anatomia interna da abelha Apis Mellifera
Os olhos simples ou ocelos são estruturas menores, em número de três, localizadas na região frontal da cabeça formando um triângulo. Não formam imagens. Têm como função detetar a intensidade luminosa. As antenas, em número de duas, são localizadas na parte frontal mediana da cabeça. Nas antenas encontram-se estruturas para o olfato, tato e audição. O olfato é realizado por meio das cavidades olfativas, que existem em número bastante superior nos zangões, quando comparados com as operárias e rainhas. Isso se deve à necessidade que os zangões têm de perceber o odor da rainha durante o voo nupcial.
A presença de pelos sensoriais na cabeça serve para a perceção das correntes de ar e protegem contra a poeira e água. O aparelho bucal é composto por duas mandíbulas e a língua ou glossa. As mandíbulas são estruturas fortes, utilizadas para cortar e manipular cera, própolis e pólen. Servem também para alimentar as larvas, limpar os favos, retirar abelhas mortas do interior da colmeia e na defesa. A língua é uma peça bastante flexível, coberta de pelos, utilizada na coleta e transferência de alimento, na desidratação do néctar e na evaporação da água quando se torna necessário controlar a temperatura da colmeia.